Os agricultores que trabalham nas plantações de fumo de Içara, no Sul de Santa Catarina, temem que 35% das lavouras de fumo sejam atingidas pelo novo vírus. A doença, comum em plantações de batatas, chegou ao plantio de fumo através do inseto pulgão.
O vírus é chamado PVY, sigla em inglês para potato virus Y, ou vírus Y da batata. Ele aparece em plantações do alimento. O inseto pica a batata infectada, depois passa o vírus para a lavoura de fumo. Para o ano que vem, a ideia é que a propriedade onde aparece o vírus deixe de plantar batata na próxima safra para evitar a propagação da doença.
Uma folha saudável é fácil de identificar: é toda verde. Já a infectada fica amarelada. Com isso, perde o valor de mercado. Um quilo de fumo de uma planta saudável é vendido pelo agricultor a cerca de R$ 10, enquanto um quilo da folha infectada não passa de R$ 3.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), Luiz Fernando Búrigo Coan, apenas o vetor do vírus é combatido. Não há tratamento para a virose em lavoura.
Pelo menos cinco comunidades de Içara tiveram as lavouras de fumo afetadas pelo vírus que surgiu numa plantação de batatas da região. Mais ou menos 10% das propriedades foram atingidas.
A Epagri prevê uma perda de produtividade neste ano de mais ou menos 35%. Mas, para o ano que vem, a expectativa é de que não tenha prejuízos por causa do vírus. A Epagri fez um acordo com o dono da plantação onde o vírus surgiu. O agricultor se comprometeu em não plantar mais batata perto da plantação de fumo.
No último dado divulgado pela Epagri e secretaria municipal de agricultura, dos R$ 60 milhões movimentados na produção agropecuária no município, R$ 39 milhões vinham do fumo.
Com informações do G1